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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Meningite Meningocócica

Meningite Meningocócica

 A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda. Quando se apresenta na forma de doença invasiva, caracteriza-se por uma ou mais síndromes clínicas, sendo a meningite meningocócica a mais frequente delas e a meningococcemia a forma mais grave.


Reservatório
 O homem, sendo a nasofaringe o local de colonização do microrganismo. A colonização
assintomática da nasofaringe pela Neisseria meningitidis caracteriza o estado de portador que ocorre
frequentemente, chegando a ser maior que 10% em determinadas faixas etárias nos períodos
endêmicos, podendo o indivíduo albergar o meningococo por período prolongado.
As taxas de incidência de portadores são maiores entre adolescentes e adultos jovens e
em camadas socioeconômicas menos privilegiadas.

Modo de transmissão
 Contato direto pessoa a pessoa, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes. A transmissão por fômites não é importante.

Período de incubação
 Em média, de 3 a 4 dias, podendo variar de 2 a 10 dias.

Período de transmissibilidade
 Persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe. Em geral, a bactéria é eliminada da nasofaringe após 24 horas de antibioticoterapia adequada.

Suscetibilidade, vulnerabilidade e imunidade
 A suscetibilidade é geral, entretanto, o grupo etário de maior risco são as crianças menores de 5 anos, principalmente as menores de 1 ano.
A doença meningocócica invasiva ocorre primariamente em pessoas suscetíveis recentemente colonizadas por uma cepa patogênica. Inúmeros fatores de risco têm sido associados, tais como: infecções respiratórias virais recentes (especialmente influenza), aglomeração no domicílio, residir em quartéis, dormir em acampamento militar ou em alojamentos de estudantes, tabagismo (passivo ou ativo), condições socioeconômicas menos privilegiadas e contato íntimo com portadores. O risco de desenvolver doença invasiva entre contatos domiciliares de um doente é cerca de 500 a 800 vezes maior que na população geral.

Sinais e Sintomas
 Abaixo estão os sinais e sintomas mais específicos da meningite meningocócica, as lesões cutâneas petequias são bastante característico.

Lesões cutâneas petéquias
  • febre;
  • vômitos/náuseas;
  • letargia;
  • irritabilidade;
  • cefaleia;
  • Dor muscular/articular;
  • rigidez na nuca;
  • petéquias;
  • Sinal de Brudzinski;
  • Sinal de Kerning;
  • Alteração na cor da pele;
  • hipotensão;
  • inconsciência;
  • paresia;
  • convulsões.
Complicações
 As convulsões estão presentes em 20% das crianças com meningite meningocócica.
Sua ocorrência, assim como a presença de sinais neurológicos focais, é menos frequente que
nas meningites por pneumococo ou por Haemophilus influenzae sorotipo B.
Nos casos de meningococcemia, o coma pode sobrevir em algumas horas. Associa-se a elevadas taxas de letalidade, geralmente acima de 40%, sendo a grande maioria dos óbitos nas primeiras 48 horas do início dos sintomas.

Diagnóstico Laboratorial
  • Cultura;
  • Exame quimiocitológico do LCR;
  • Bacterioscopia direta;
  • Reação em cadeia de polimerase (PCR);
  • Aglutinação pelo látex;
  • Contraimunoneletroforese cruzada (CIE).
A cultura é considerada padrão ouro para diagnóstico da doença meningocócica, por ter alto grau de especificidade.

Tratamento
 A antibioticoterapia deve ser instituída o mais precocemente possível, de preferência, logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura. O uso de antibiótico deve ser associado a outros tipos de tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência.

Definição de Caso

Suspeito
 Crianças acima de 1 ano de idade e adultos com febre, cefaleia, vômitos, rigidez da nuca e outros sinais de irritação meníngea (Kernig e Brudzinski), convulsões e/ou manchas vermelhas no corpo.
 Nos casos de meningococcemia, atentar para eritema/exantema, além de sinais e sintomas inespecíficos (sugestivos de septicemia), como hipotensão, diarreia, dor abdominal, dor em membros inferiores, mialgia, rebaixamento do sensório, entre outros.
 Em crianças abaixo de 1 ano de idade, os sintomas clássicos acima referidos podem não ser tão evidentes. É importante considerar, para a suspeita diagnóstica, sinais de irritabilidade, como choro persistente.

Confirmado
•  Todo paciente que cumpra os critérios de caso suspeito e cujo diagnóstico seja confirmado por meio dos exames laboratoriais específicos: cultura, e/ou PCR, e/ou CIE, e/ou Látex.
•  Ou todo paciente que cumpra os critérios de caso suspeito e que apresente história de vínculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente para N. meningitidis por um dos exames laboratoriais específicos, mas que não tenha realizado
nenhum deles.,
•  Ou todo paciente que cumpra os critérios de caso suspeito com bacterioscopia da amostra clínica com presença de diplococo Gram-negativo.
•  Ou todo paciente que cumpra os critérios de caso suspeito com clínica sugestiva de doença meningocócica com presença de petéquias (meningococcemia).

Descartado
Caso suspeito com diagnóstico confirmado de outra doença.

Notificação

Doença de notificação compulsória, sendo os surtos e os aglomerados de casos ou óbitos de notificação imediata.
Todos os casos suspeitos ou confirmados devem ser notificados às autoridades competentes, por profissionais da área de assistência, vigilância e pelos de laboratórios públicos e privados, por intermédio de contato telefônico, fax, e-mail ou outras formas de comunicação. A notificação deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Meningite.